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Saúde em Mariana e Barra Longa

Atualizado: 15 de jan. de 2020

Para avaliar os potenciais riscos provenientes do rompimento barragem de Fundão à saúde humana, estudos foram realizados em áreas rurais de Mariana (MG) e Barra Longa (MG), municípios atingidos pelo rejeito em 2015. O resultado está no Relatório de Consolidação de Estudos de Avaliação de Risco à Saúde Humana (ARSH).


O documento esclarece que não há metais, decorrentes do rompimento da barragem, que representem risco toxicológico à saúde das pessoas. O relatório também não recomenda limitação de atividades agropecuárias ou de consumo de água (desde que tratada), nem a remoção de moradores.


O relatório foi realizado em três áreas nas zonas rurais de Mariana e de Barra Longa:



Nas coletas, realizadas entre julho de 2018 e agosto de 2019, foram recolhidas 103 amostras pelas empresas Ambios e 370 pela Tecnohidro na calha do rio Gualaxo do Norte, água superficial, água para consumo humano, solo, poeira domiciliar, alimentos de origem vegetal e animal para realização do relatório.





Em 4% das amostras coletadas nas áreas avaliadas pelo relatório foram registradas concentrações de metais acima dos valores de referência de saúde, exceto para amostras de Ferro, sendo que, na maioria das vezes, estão localizadas fora da área impactada pelos rejeitos. O relatório identificou oito metais com doses de exposição acima dos valores de referência de saúde.


Apenas dois dos metais encontrados em doses de exposição acima dos valores de referência de saúde têm relação com o rompimento: ferro e manganês. Os demais – cobre, cobalto, selênio, cádmio, arsênio e alumínio – são metais encontrados na região, localizada no Quadrilátero Ferrífero, área de mineração. O cádmio é um elemento também presente em fertilizantes agrícolas. O arsênio foi encontrado em duas amostras (frutas e tubérculos), fora da área atingida pelo rompimento.


Os metais identificados são elementos de baixa absorção na pele. Muitos deles são essenciais para o nosso organismo e exigem doses de exposição muito elevadas na forma absorvível para que possam causar problemas de saúde.

Uso da água

Nas águas superficiais e na água usada para o consumo, não foram identificadas concentrações acima dos valores de referência de saúde. Portanto, o relatório não recomenda limitação do consumo de água tratada. De acordo com resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), a água pode ser utilizada para a dessedentação animal e irrigação de plantações.


Os estudos foram submetidos a processos de checagem, para certificação do cumprimento das normas técnicas e controle de qualidade. O trabalho foi realizado pela empresa NewFields, executado segundo os procedimentos do Ministério da Saúde e da U.S. Environmental Protection Agency.


A partir das conclusões do relatório, ao longo de 2020 serão desenvolvidas iniciativas definidas juntamente ao governo de Minas Gerais e aos municípios, para aprofundar o entendimento desses valores acima da referência.

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